Tanto o catalão como o provençal provêm do occitano, ou língua d’Oc, e por isso, apresentam grande similaridade entre si. Os falantes de cada uma dessas duas línguas conseguem entender bastante bem a outra.

O occitano era a língua em que os trovadores da Idade Média compunham seus versos; assim, quando escutamos o catalão, ou o provençal, podemos ter uma ideia da sonoridade dos cantos e poesias daquela época.

O provençal é falado principalmente no sul da França, nas regiões de Provença e em alguns territórios vizinhos, por cerca de 2 milhões de pessoas. O catalão é empregado, aproximadamente, por 10 milhões de pessoas na Catalunha, Andorra, Valência, Ilhas Baleares, Aragão, Roussillon no sul da França, e Alguer, uma cidade italiana.

Ramon Llull, nascido em Mallorca, foi uma figura importante na história da Catalunha. Já no século XIII, ele utilizou o catalão para transmitir seus conhecimentos filosóficos, científicos e técnicos, época em que os autores recorriam exclusivamente ao latim para abordar esses temas.

O apreço pela sua língua faz parte da tradição catalã. Uma das datas mais importantes do calendário é o dia 23 de abril, dia de São Jorge, patrono da nação, quando as pessoas têm o costume de trocar livros e rosas. As ruas ficam cobertas de pétalas de rosas e diversas atividades culturais são organizadas, como apresentações musicais, leituras poéticas e workshops literários.

A língua catalã foi fortemente reprimida pelo governo espanhol desde o começo do século XVIII, que já naquela época mantinha a Catalunha sob seu poder. O século XX teve dois ditadores, Primo de Rivera e Francisco Franco, que perseguiram implacavelmente não só o idioma, mas todas as tradições catalãs, e é fácil entender o porquê: o estado espanhol sempre teve muito medo de que a nação catalã conseguisse virar um país independente, pois a região catalã, por meio da indústria e do comércio, sempre foi a região que trouxe, e continua trazendo, mais riqueza para os cofres da Espanha. E o jeito mais eficaz de eliminar o sentimento de catalanismo tem sido sufocar sua língua. Se você conseguir extinguir a língua de uma nação, esta vai morrer junto, pois é impossível existir uma nação sem sua linguagem própria.

Para nós, brasileiros, pode parecer inacreditável, mas durante a ditadura de Franco muita gente foi torturada e assassinada simplesmente porque estava falando catalão na rua.

A emigração dos catalães para o Brasil ocorreu especialmente em São Paulo, Rio de Janeiro e Paraná. Podemos identificar duas ondas de emigração. Estima-se que entre 70 mil e 100 mil catalães chegaram ao Brasil entre o final do século XIX e o início do XX, época em que seu país de origem sofria uma forte crise econômica.

A segunda onda ocorreu logo após a guerra civil espanhola (1936 – 1939) e foi motivada pela perseguição política, repressão cultural e precárias condições de vida. Estima-se que o Brasil acolheu cerca de 30.000 catalães nesse período. As principais contribuições desses imigrantes aconteceram na indústria têxtil, na metalurgia e na construção civil, setores em que a Catalunha sempre foi tecnologicamente muito avançada.

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